Multicampeã, Suzana exalta 113 anos do Santos: “Mudou a história do futebol feminino no Brasil”

Por: Guilherme Lesnok | 14 de abril de 2025 | 10:00
Suzana é a terceira maior artilheira da história do Santos Feminino (Foto: Pedro Ernesto Guerra Azevedo/ Santos)
Suzana é a terceira maior artilheira da história do Santos Feminino (Foto: Pedro Ernesto Guerra Azevedo/ Santos)

Suzana Agostini marcou seu nome na história do Santos. Terceira maior artilheira do clube, com 78 gols — ao lado de Thaisinha e Pekena —, a ex-jogadora conquistou títulos importantes como a Libertadores, a Copa do Brasil e o Campeonato Paulista. Hoje, aos 43 anos, integra a seleta lista de ídolos dos 113 anos do Santos.

Em entrevista exclusiva ao Portal Sereias, em comemoração ao aniversário do Peixe, Suzana relembrou sua trajetória e destacou a importância histórica da primeira Libertadores feminina, conquistada pelo time. Para ela, o Santos sempre foi um clube de referência, tanto no futebol masculino quanto feminino, sendo pioneiro na valorização da modalidade no Brasil. 

Com anos de história no Santos, ela destacou o orgulho de ter atuado ao lado de grandes nomes como Marta e Cristiane. Afirmou ainda que a equipe sempre terá um papel importante em sua vida. A ex-jogadora também ressaltou a conexão emocional com o time e demonstrou gratidão à torcida, deixando claro que sua trajetória no Peixe será eterna.

Maurine, Marta e Suzana (Foto: Pedro Ernesto Guerra Azevedo/ Santos)

História no Santos e a oportunidade de representar o clube

Suzana relembra com carinho os momentos marcantes vividos no Santos e o impacto que o clube teve em sua vida. Para ela, a experiência no time foi um marco importante na sua carreira e um reconhecimento no futebol nacional, mudando sua história de forma definitiva.

“O Santos fez parte da minha história, da minha vida. Vivi grandes momentos no Santos. É um reconhecimento no futebol nacional, e ter um currículo com passagem pelo Santos é algo que sabemos que tem muita importância. O Santos alavancou muitas coisas boas na minha vida. Pelo que vivi aí, ele mudou a minha história, a minha vida”, comenta

Ela também enfatiza a importância do Santos no desenvolvimento do futebol feminino, sendo um dos pioneiros da modalidade no Brasil. Cabe ressaltar que durante mais de quatro décadas, o futebol feminino foi proibido no Brasil. A restrição começou em 1941, sob o regime do Estado Novo, quando um decreto do então presidente Getúlio Vargas vetou a prática de esportes considerados “inadequados à natureza feminina”.

“Representa um orgulho, porque o Santos é conhecido mundialmente. É uma potência, e também teve grande destaque no futebol feminino. Foi um dos primeiros clubes que alavancaram o futebol feminino no Brasil”, destaca.

Suzana conquistou Libertadores, Copa do Brasil e Campeonato Paulista pelo Peixe (Foto: Pedro Ernesto Guerra Azevedo/ Santos)

“Jogar pelo Santos era uma responsabilidade muito grande, como acredito que ainda seja para as meninas que vestem a camisa do Peixe hoje. Grandes jogadores passaram por aqui, nomes conhecidos mundialmente como Pelé, Marta e Neymar. Ter feito parte dessa história, ter jogado com a Marta, a Cristiane, com meninas da seleção brasileira, é algo muito especial. Me sinto muito bem representada. Nós éramos muito bem representadas. Para mim, é um orgulho”, completa.

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O legado do Santos no futebol feminino

Suzana destaca a importância histórica do Santos para o futebol brasileiro, especialmente por ter sido a sede da primeira Libertadores feminina. Ela enfatiza o papel do clube em lutar pela realização dessa competição, sendo pioneiro nesse marco.

“O Santos mudou a história do futebol brasileiro por ter sido a sede da primeira Libertadores feminina, que aconteceu em Santos. Foi o Santos que foi em busca, que brigou, que fez com que a primeira Libertadores acontecesse. Tenho a honra de ter participado dessa primeira edição. Tenho muito orgulho disso, e o Santos faz parte dessa história também”, descreve.

Memórias marcantes

Com nome marcado no clube, ela considera o título da Libertadores como a lembrança mais marcante de sua carreira. Embora tenha conquistado outros títulos importantes, como a Copa do Brasil e o Campeonato Paulista, ela acredita que a vitória na primeira edição da Libertadores feminina foi o grande marco. 

Suzana, Karen Sereia e Ketlen (Foto: Pedro Ernesto Guerra Azevedo/ Santos)

“A lembrança mais marcante foi o título da Libertadores. Fomos campeãs da Copa do Brasil, campeãs paulistas, ganhamos tudo. Mas acredito que o título da Libertadores foi o grande marco. Foi a primeira edição da competição, e sermos campeãs foi algo muito importante”, vibra.

Suzana destaca que, para ela, o Santos é único, com uma história que transcende gerações e que se mantém relevante no cenário mundial. A ex-jogadora expressa um orgulho de ter feito parte desse legado, dizendo que o Santos nunca vai morrer, pois sempre será uma potência no futebol.

“Eu sinto que o Santos, como sempre digo, nunca vai morrer. O Santos é eterno. Mais um ano, e eu sei que até o último dia em que eu respirar, o Santos continuará existindo. É único, um time mundial”, disse.

“A mensagem que eu deixo é de gratidão por ter jogado em um clube com tanta história, uma história lendária, com anos de glórias, magia, talento e paixão, que sempre encantou o mundo. Fazer parte disso para mim é uma honra. Só tenho gratidão pelo tempo que vivi no Santos, pelo apoio constante da torcida. Só tenho a dizer obrigado e gratidão”, finaliza.

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Thais Santos
Thais Santos
9 dias atrás

Que matéria linda e emocionante. Esse tipo de material tem que está na mídia com frequência, o Santos precisa urgentemente resgatar as memórias do futebol feminino e dar o seu devido reconhecimento, as Sereias merecem um lugarzinho especial na sala de troféus

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