Thaisinha faz balanço da carreira e cita Copa Paulista de 2024: ‘Mostrou que o Santos pode’

Por: Guilherme Lesnok e Isabela Freschi | 28 de março de 2025 | 12:27
Thaisinha, camisa 10 do Santos (Foto: Reinaldo Campos/ Santos FC)

Atuando no Santos desde os 14 anos, Thaisinha acompanhou de perto a evolução do clube e do futebol feminino. A atleta vivenciou os momentos de grande sucesso das Sereias da Vila, passou por outras equipes e retornou ao Santos em 2020. Desde então, tem se destacado como uma das líderes do elenco e uma referência para suas companheiras.

Em entrevista exclusiva ao Portal Sereias, a camisa 10 das Sereias da Vila avaliou sua carreira, relembrando os principais momentos, os desafios enfrentados e, também, compartilhando seus planos para o futuro, após a aposentadoria dos gramados.

Thaisinha expressou gratidão pela carreira que construiu e afirmou que não mudaria nada, apesar de ter lidado com diversas lesões ao longo dos anos. Para ela, os desafios a ajudaram a enxergar a vida de maneira diferente, destacando a importância de se manter fiel aos próprios valores e princípios, sem negociar o que considera essencial, além de aprender a distinguir os verdadeiros amigos.

“Eu sou muito grata por tudo que tem me acontecido […] Acredito que essa fase complicada de lesões tem me deixado bastante triste…, mas eu acho que não trocaria nada do que eu passei […], mas eu sou muito grata à minha carreira, desde quando eu fui para a seleção, desde quando eu comecei com 6 anos. Os preconceitos ali no começo, tudo, eu sou muito grata, de verdade”, afirma.  

Além de uma carreira com títulos, a meio-campista teve a oportunidade de jogar ao lado de grandes nomes do futebol brasileiro, como Marta e Cristiane, tanto na Seleção quanto no Santos.

“Conheci a Marta com 14 anos, pude jogar com ela e com Cristiane. Eu não esperava que tudo ao meu redor em relação ao futebol fosse acontecer tão rápido. Com 16 anos fui para a seleção principal, jogando com elas […] por onde passei, ganhei títulos importantes. Na Seleção, Juventus – SP, Santos, Vitória das Tabocas e o próprio Bangu, que foi uma passagem bem curta. Eu joguei um ano no Campeonato Carioca e fomos vice-campeãs”, disse.

Momentos marcantes

Thaisinha relembra com emoção o momento que marcou sua carreira, quando, após a perda de seu pai, recebeu a convocação para a Seleção Brasileira Sub-17.

“Perder meu pai num ano e no ano seguinte ser convocada para Seleção sub-17 foi algo muito especial para mim, que eu relembro até hoje, como se fosse ontem. Quando recebi essa convocação só passava um filme do meu pai me ensinando coisas, me fazendo acreditar nos meus sonhos, me dando conselhos. Esse foi o momento mais marcante. Conhecer Marta, Cristiane, Aline Pellegrino, foi algo surreal e bastante especial para mim”, comenta.

Outros momentos marcantes para a camisa 10 das Sereias da Vila incluem os títulos da Libertadores, especialmente por ser uma atleta nova, recém-chegada ao Santos, e a alegria de comemorar com a família. Além disso, o título da Copa Paulista de 2024 também é significativo para Thaisinha, devido a tudo o que a temporada representou para o elenco santista.

“O ano passado foi bem difícil para o Santos, para a gente, deixou uma mancha na nossa profissão. Mas eu acho que o ano terminou de uma maneira um pouco mais digna. Até porque a gente perdeu o primeiro jogo lá na casa do Bragantino e nem mesmo a gente acreditava que poderia reverter. Tanto que, um dia antes da final, eu cheguei em casa – a gente treinou de manhã –, falei: ‘Eu preciso fazer alguma coisa, porque está todo mundo desacreditado. Eu preciso mostrar para essas meninas que, independentemente do resultado, elas são vitoriosas’. Foi quando eu tive a ideia de imprimir fotos de todas as atletas com pessoas importantes para elas – familiares, namoradas, namorados, avós, pessoas especiais – e, dentro, fazer uma cartinha escrevendo à mão o que cada uma significava, a importância de cada uma para o grupo, e coloquei um pirulito junto. […] Independente do resultado, para elas saírem de cabeça erguida, mas que eu acreditava fielmente que a gente poderia reverter esse placar. […] Esse tem sido o título mais especial por tudo que a gente passou – a ferida do rebaixamento, a dor do ano que foi. É claro que esse título não apaga tudo que aconteceu com a gente, mas mostrou que o Santos pode”, finalizou.

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