Em julho deste ano, a meio-campista Erikinha rescindiu amigavelmente com o Santos. Importante na história da equipe feminina do Peixe, ela se transferiu para o Maccabi Hadera, de Israel. Com 326 jogos e 36 gols marcados, ela é a segunda atleta com mais partidas na história das Sereias da Vila.
Em entrevista exclusiva ao Portal Sereias, Erikinha falou sobre mudanças e evolução no futebol feminino. Vale destacar que a jogadora de 36 anos foi revelada pelo Santos em 2007.
“Naquela época, não existia uma estrutura de base. Hoje, o Santos conta com categorias sub-15 e sub-20, um grande avanço. O futebol feminino evoluiu bastante, com mais clubes investindo nas categorias de base e criando competições”, afirma.
“Ainda está longe do ideal, mas de quando eu comecei no Santos em 2007 pra hoje, vejo um grande avanço”, completou.
Mudanças nas Sereias da Vila
Sobre suas três passagens pelo Santos, Erikinha percebeu um progresso significativo, apesar da pausa entre 2012 e 2014 que impactou a modalidade.
“O Santos teve um crescimento constante desde o retorno em 2015. O futebol feminino como um todo evoluiu, mas ainda estamos em processo de recuperação após essa interrupção”, explica.
Memórias e conquistas pelo Santos
Erikinha marcou 36 gols pelo Santos e lembra com carinho do seu gol mais memorável, em 2017, contra o São José, que dedicou à sua colega Alline Calandrini, machucada.
“Esse gol foi especial, pois nos ajudou a avançar na competição e homenageou uma amiga”, conta.
Entre os títulos, Erikinha conquistou Copa do Brasil, Campeonato Brasileiro, Paulistão e Copa Paulista. Além disso, também levantou duas vezes a Libertadores da América, sendo o primeiro clube a conquistar o feito em 2009 ao lado de Marta e Cristiane.
A competição contou com dez representantes, um de cada país membro da CONMEBOL, e foi sediada em três cidades: Santos, Guarujá e São Paulo. As Sereias fizeram uma campanha praticamente perfeita. Venceram todas as partidas com direito a duas goleadas por 12 a 0 e 11 a 0. Na grande final, as Sereias da Vila enfrentaram a equipe campeã paraguaia, Universidad Autónoma, que até então, tinha 100% de aproveitamento na Libertadores. O Peixe venceu a partida por 9 a 0.
“Foi a primeira edição da Libertadores feminina, uma competição com grande expressão. Esse título é, sem dúvida, o mais significativo da minha carreira”, completou.
Experiência e liderança nas Sereias da Vila
Com relação à sua experiência, Erikinha se sente responsável por transmitir conhecimento e motivação para as jogadoras mais jovens. A jogadora carregou a braçadeira de capitã em vários jogos pelo Peixe, principalmente na última passagem.
“Tive a oportunidade de treinar com a base e sempre busquei passar o que aprendi ao longo da carreira, além de minha história de superação”, diz.
Sentimentos sobre o primeiro rebaixamento e a Libertadores 2024
Erikinha não escondeu a tristeza ao falar sobre o rebaixamento do Santos no Campeonato Brasileiro. A jogadora esteve no Peixe durante quase toda campanha.
“Sinto muito por isso. O Santos faz parte da minha vida e sempre o amarei, independentemente de estar no clube ou não”, revela.
Por fim, Erikinha compartilhou suas expectativas para a participação do Santos na Libertadores deste ano, especialmente após o rebaixamento.
“Cada campeonato é único, e a Libertadores tem sua própria dinâmica. Tenho esperança de um título, pois sei que o time tem potencial para conquistar grandes objetivos”, conclui.
Uma das melhores jogadoras que vi atuar. Além da humildade extra campo, tive a oportunidade de ganhar uma camiseta a qual fiz um quadro e guardo com muito carinho… Parabéns sereia!
Bela entrevista