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Ex-Sereias, Fran lamenta queda e critica decisões da diretoria: “Faltou planejamento”

Fran deixou os gramados aos 29 anos e hoje atua como comentarista (Foto: Reprodução Pessoal)

Francielle Manoel Alberto nasceu em 1989, em São Paulo, e começou sua trajetória no futebol aos sete anos, em Itanhaém, litoral de São Paulo. Como volante, ela acumula uma rica experiência e diversos títulos. Durante seus dez anos no Santos, conquistou a Copa Mercosul (2006), a Liga Nacional e o Campeonato Paulista (2007), além de ser tricampeã dos Jogos Regionais (2006, 2007 e 2008) e bicampeã da Libertadores (2009 e 2010).

Popularmente conhecida como Fran, ela nunca escondeu o amor pelo Santos, seu time de coração. Seu nome ficou ainda mais evidente na história do clube com a primeira edição Libertadores.

Pressão por Libertadores

Em 2009, após pressão por uma competição internacional envolvendo o futebol feminino, a Conmebol anunciou a primeira edição da Libertadores da América para mulheres. O Santos, com um time forte formado por Marta, Cristiane e a própria Fran, era o grande favorito.

E, claro, deu certo. O título veio em uma campanha impecável. Venceram todas as partidas com direito a duas goleadas por 12 a 0 e 11 a 0. Na final, nova vitória contra o Universidad Autónoma, do Paraguai, e com Fran entre os titulares.

“Para o Santos teve um impacto gigantesco principalmente em 2009, foi a primeira Libertadores, no Brasil, em Santos, a Vila Belmiro lotada com 15 mil pessoas, com atletas como Marta, Cristiane, Erika, eu. Nós havíamos feito uma baita Olímpiada em 2008. Ali foi o ponto de partida para o Santos entrar em outro patamar, aumentar os investimentos e fazer as pessoas olharem o futebol brasileiro”, disse a ex-jogadora em entrevista exclusiva ao Portal Sereias.

Fran teve uma passagem de sucesso nas Sereias (Foto: Pedro Ernesto Guerra Azevedo/Santos FC)

Parceria com Marta

Desde muito nova Fran era um rosto conhecido na seleção, inclusive de base. Antes do Peixe, já havia atuado ao lado de Marta em outras oportunidades. Em 2009, a Rainha do futebol chega ao Santos por empréstimo com a proposta de promover a modalidade feminina.

“Eu já tinha esse contato com a Marta na seleção brasileira desde 2004, disputei algumas competições ao lado dela, mas ver ela atuando no Brasil, no Santos de Rei Pelé, Rainha Marta, essa experiência e essa história poucos clubes podem contar. A experiência foi a melhor possível, ela brilhou, como sempre! Por onde passava era referência, muita gente pôde ver a Marta de perto desempenhando um lindo futebol”, disse Fran.

O presente sombrio do Santos e a esperança de um novo futuro

A temporada 2024 das Sereias da Vila é a pior da história do clube. Eliminada na primeira fase do Campeonato Paulista, a equipe foi rebaixada para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro.

Como torcedora, Fran não poupou críticas à atual gestão e apontou culpados para o fracasso no ano.

“Sentimento de tristeza, de raiva, eu como torcedora do clube e ex-atleta, por tudo que o Santos construiu durante todos esses anos, pela tradição, pela camisa, fica o sentimento de raiva. Tudo isso poderia ter sido evitado no começo da temporada, na montagem do elenco e comissão técnica, acho que faltou um pouco de planejamento, acho que as coisas foram feitas de qualquer jeito. Na minha visão lá em janeiro já imaginava que o Santos teria muita dificuldade, a diretoria, as pessoas que estão na frente não achavam que fosse ter consequências, mas teve”, disparou.

Agora, o Santos vira a chave e passa a pensar na Conmebol Libertadores. A diretoria realizou mudanças no elenco e anunciou contrações, além da troca no comando técnico. Campeão Brasileiro pelo Peixe, Caio Couto está novamente à frente da equipe.  

“Eu acho que isso não deve afetar o rendimento da equipe, pelo contrário. As atletas e o clube precisam fazer de tudo para terminar o ano com uma imagem positiva, vitoriosa que o Santos ainda é o Santos que foi por todos esses anos, e não deixar afetar para que não seja mais uma competição nível baixo. O Santos tem uma história na Libertadores as atletas também têm suas histórias, elas podem pegar isso como motivação para tentar fazer o que não conseguiram no brasileiro. A Libertadores é uma competição ‘tiro curto’ talvez possa facilitar”, completa.

Além do Peixe, Fran jogou por Corinthians, St. Louis, Sky Blue, Stjarnan e Avaldsnes e São José (SP), clube onde conquistou a Libertadores em 2011 e 2014, além do Mundial de 2014. Aposentada desde os 29 anos, hoje atua como comentarista.

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