A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) divulgou o calendário oficial do futebol feminino para a temporada 2026, trazendo também uma série de novidades institucionais voltadas ao fortalecimento da modalidade. Entre as medidas estão o apoio às atletas lactantes, a profissionalização obrigatória a partir de 2027 e a definição de datas-base para as competições. Em entrevista exclusiva ao Portal Sereias, Thais Picarte, coordenadora das Sereias da Vila, comentou sobre as mudanças e o impacto que elas terão na rotina do clube.
As alterações no calendário influenciam diretamente o planejamento do Santos, tanto no time principal, as Sereias da Vila, quanto nas equipes de base, as Sereinhas. A temporada será mais longa, com novas exigências e maior suporte logístico dentro e fora de campo.
No ano que vem, as equipes do clube disputarão o Brasileirão A1 (15/02 a 04/10), a Copa do Brasil Feminina (22/04 a 15/11), o Brasileirão Sub-20 (08/03 a 28/05), o Brasileirão Sub-17 (30/05 a 29/08) e as Ligas de Desenvolvimento Sub-16 e Sub-14 (23 a 29/03).
“É super importante a gente ter acesso ao calendário antecipadamente para que a gente possa se programar. A gente já estimava alguma coisa, mas acho que o mais importante de tudo isso foi a CBF ter pedido para que os clubes participassem e pudessem opinar de alguma forma sobre o que seria um calendário ideal. Então, todos os clubes puderam realmente mandar sugestões e as questões foram acatadas. Isso ajuda muito no planejamento anual, a gente ter essa previsibilidade, inclusive de melhorias. Poder realmente opinar e fazer algumas solicitações dentro do calendário”, disse Thaís Picarte.
Mesmo antes do calendário oficial de 2026 ser divulgado, o Santos já vinha planejando a pré-temporada. A comissão técnica organizou a preparação da equipe para enfrentar um ano cheio de jogos, pensando em períodos de maior acúmulo e em pausas estratégicas ao longo da temporada.
“Bom, nós já tínhamos uma programação pré-definida, com a ideia de que a competição começaria no final de fevereiro. Tivemos que antecipar um pouquinho algumas coisas porque começa agora no meio, mas já temos a pré-temporada definida. Retornamos no início de janeiro e vamos ter um mês de preparação até a competição. Pretendemos fazer nossa pré-temporada também em um CT fora de Santos para poder trabalhar em dois períodos, fazer uma pré-temporada bem intensa e cuidadosa para a equipe que estamos trazendo para o ano que vem, pensando no ano que teremos, que será bem cheio, e também com algumas pausas importantes. Então, teremos um acúmulo de jogos em alguns períodos e um descanso que normalmente não teríamos”, explicou Thais Picarte.
Apoio atletas lactantes
O auxílio integral da CBF para atletas lactantes cobre deslocamentos, hospedagem e suporte às crianças. A medida é considerada um avanço importante para garantir condições adequadas de participação e permanência das jogadoras no cenário competitivo.
A medida tem repercussão direta no elenco santista, especialmente após o nascimento de Lucca, filho da atacante e ídola Ketlen, no último dia 20 de novembro.
“Com relação ao auxílio integral, isso para nós é motivo de muita alegria, até porque a gente tem uma atleta agora que está nessas condições. No ano passado, a gente já fez isso com uma atleta nossa que estava aqui, que era mãe, duas atletas, levamos para nossa pré-temporada essa criança, a babá, enfim. Então, é super importante que a mãe possa manter esse contato, seguir amamentando, ter companhia e cuidado, e que a CBF entenda isso e possa colaborar. Porque, querendo ou não, é um custo adicional para os clubes. Então, a CBF está realmente se preocupando e entrando nessa ideia, nessa vertente que também é defendida pela FIFA e pela Conmebol, de entendimento e compreensão de que as atletas mulheres podem ser mães e devem ter cuidado da melhor forma possível”, finalizou Picarte.
Atualmente em licença-maternidade, Ketlen tem contrato renovado até dezembro de 2026 e encontrará, em seu retorno, uma estrutura nacional mais preparada para acolher mães-atletas, algo que dialoga com sua trajetória e com a importância crescente da maternidade no esporte profissional.
